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Arlindo Agente
Dados fazem parte de último balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal
Fernando Gazzaneo, do R7
Alisson Gontijo/O TempoMinas Gerais lidera o ranking com o maior número de mortes e de vítimas no país
Pelo segundo ano consecutivo, Minas Gerais lidera o ranking das mortes nas estradas federais do país. Foram 1.341 casos em 2010. Em comparação ao ano retrasado, houve aumento de cerca de 10% nesse tipo de registro. Os dados fazem parte do último balanço de acidentes divulgado pela Polícia Rodoviária Federal. A grande novidade da estatítisca, porém, ficou por conta do Ceará. O Estado registrou o maior crescimento no número de acidentes com mortes em estradas federais nos últimos dois anos (veja ranking abaixo).
Entre 2009 e 2010, o salto foi expressivo: de 142 para 270 casos, alta de 90%. Neste período, os acidentes sem mortos no Estado aumentaram quase 40%. Foram de 2.328 registros no ano retrasado, para 3.246, no ano passado. Os dados fazem parte do mais recente levantamento da Polícia Rodoviária Federal nas rodovias do país.
Para especialistas ouvidos pelo R7, o aumento no número de mortes no Ceará - maior que no restante do país, até mesmo que o verificado em Minas Gerais - deve-se à falta de fiscalização nas obras rodoviárias e de investimentos na manutenção das vias.
Engenheiro e especialista em gestão de pavimento da UFC (Universidade Federal do Ceará), José Benevides, afirma que os motoristas que dirigem por trechos da BR-222 e BR-020 (que ligam o Ceará ao Piauí) “correm risco de morte”.
- [Nessas rodovias] Os caminhões costumam desviar de um buraco passando por cima de um veículo de passeio.
Benevides conta que a BR-020 foi restaurada em 2007 e, em de 2009, começou a apresentar problemas no pavimento a partir do km 368. Já as obras do trecho da BR-116 (Ceará-Pernambuco), que vai do km 11,6 ao km 50, demoraram dez anos para serem concluídas. Além dessas, passam pelo Estado as BR-304 (Ceará-Rio Grande do Norte) e BR-230 (Ceará-Paraíba).
Drenagem e balança
O engenheiro diz que as estradas federais do Ceará são um exemplo da falta de implantação de um sistema capaz de fiscalizar as obras, geralmente feitas por empresas terceirizadas. Para ele, a água da chuva e a circulação de caminhões não são os principais responsáveis pelos buracos que surgem diariamente nas pistas.
- Se você fizer um sistema de drenagem bem feito e controlar o peso dos veículos com balanças, o pavimento pode ter uma vida útil muito maior. Os problemas nas rodovias dizem mais sobre o sucateamento do órgão federal responsável pela manutenção dessas vias [Dnit].
Já a doutora em engenharia de transporte e professora da UFC Maria Elisabeth Moreira diz acreditar que o aumento no número de acidentes e mortes nas estradas federais que cortam o Ceará seja explicado, em parte, pelo novo sistema de monitoramento de acidentes em rodovias federais da PRF. Segundo ela, o sistema é mais rigoroso que o anterior, contabilizando com mais detalhes as ocorrências de acidentes. Ele passou a funcionar em 2010.
Outra condição que pode justificar as estatísticas no Estado é o fato de estas rodovias adentrarem o território urbano de Fortaleza. Elizabeth relata que a falta de passagem para pedestres faz com que muitos moradores se arrisquem em atravessar as rodovias. Os acessos que existem são “precários” e “foram colocados distantes uns dos outros”.
Acidentes com mortes
Ainda segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, Paraná (13.322), Santa Catarina (12.822), Rio de Janeiro (8.119) e Rio Grande do Sul (8.103) lideram o ranking de acidentes. Bahia (786), Paraná (707), Santa Catarina e Rio de Janeiro também estão entre os Estados em que mais pessoas morreram.
A reportagem do R7 entrou em contato com a Polícia Rodoviária Federal para discutir os índices de acidentes, mas - até a publicação desta notícia - a instituição não se pronunciou sobre o caso. Os dados utilizados nesta reportagem foram coletados no site da instituição.
FONTE:R7
Categorias: Acidente
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