Grupo participou de pesquisa com equipe internacional de cientistas.
Objeto estudado foi o Aglomerado de Pandora.
Uma equipe internacional de astrônomos - com a presença de três pesquisadores brasileiros - divulgou um estudo nesta quarta-feira (22) que dá pistas sobre a origem de uma das maiores formações do Universo: o aglomerado de galáxias Pandora (ou Abell 2744, no nome técnico).
Os cientistas Renato Dupke, do Observatório Nacional, Laerte Sodré Jr. e Eduardo Cypriano, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, ajudaram a revelar como esse objeto conseguiu ficar unido, após uma série de colisões que duram - até hoje - 350 milhões de anos.
Para Sodré Jr., uma das importâncias do estudo está na possibilidade de compreender mais sobre a própria vizinhança da Terra a partir do aprendizado com objetos como Abell 2477. "A Via Láctea, a galáxia de Andrômeda e mais umas 30 'satélites' formam o que chamamos de Grupo Local. O que mantém esse nosso aglomerado unido é exatamente a matéria escura."
A teoria da matéria escura é usada pelos astrônomos para explicar o motivo para os aglomerados de galáxias não se "desmancharem" - ou seja, para as galáxias escaparem uma das outras.
Segundo o especialista, é uma evidência estudada desde a década de 1930 para explicar a massa de objetos tão grandes, com milhões de anos-luz de diâmetro - um ano-luz é igual a quase 10 trilhões de quilômetros.
"Compreendê-la vai nos ajudar a entender mais sobre o Grupo Local e a própria Via Láctea, já que a maior parte da matéria em nossa galáxia também é a matéria escura", diz Sodré Jr.
"Batida" cósmica
Uma colisão cósmica entre 4 aglomerados de galáxias menores é a explicação oferecida pela equipe para explicar as formações incomuns encontradas pelos especialistas na região de Pandora. Esse encontro teria durado 350 milhões de anos, segundo os pesquisadores.
As observações foram feitas com informações colhidas por quatro telescópios: o japonês Subaru, o VLT ("Very Large Telescope", ou "Telescópio Muito Grande" , em inglês), do Observatório Europeu do Sul (ESO), o Telescópio Espacial Hubble, das agências norte-americana (Nasa) e europeia (ESA), e o Observatório de Raios X Chandra.
"Como o campo de visão do Hubble é pequeno, nós contamos também com dados de observações anteriores feitas por nós, durante o doutoramento de Eduardo Cypriano, sob minha orientação", explica o professor do IAG.
Esses estudo anteriores foram feitsocom o telescópio VLT, de propriedade europeia, mas localizado no Chile. "As imagens mostram apenas a parte central do aglomerado, pois ele é muito extenso", diz Eduardo Cypriano. "A extensão desse corpo é de 2 megaparsecs (aproximadamente 6,5 milhões de anos-luz), mas as bordas não são muito bem definidas."
Matéria escura vs matéria escura
Para Renato Dupke, autor da proposta de estudo do aglomerado de Pandora ao responsáveis por coordenar o Hubble, o Aglomerado de Pandora oferece a chance de entender melhor não só a essência da matéria escura, mas como os corpos feitos com ela interagem entre si.
"A colisão de aglomerados como esse permite saber onde a matéria escura. Isso ajuda a tentar determinar o que é a matéria escura, que tipo de partícula ela teria", explica o cientista do Observatório Nacional.
"Alguns dos fenômenos observados nesse aglomerado acontecem a mais de 50 milhões de graus, quando os átomos não existem mais na forma que os conhecemos, apenas restam íons e elétron que compõem aquilo conhecido como plasma", diz Dupke. "Existe todo um ramo da física a ser explorado e melhor compreendido a partir daí."
Cypriano resume bem a ideia por trás da sucessão de estudos sobre aquilo que pode representar não só uma fração, como a maior parte do Universo em que vivemos. "Uma das grandes dúvidas que nós temos é sobre o que a matéria escura é. Ela está aqui na Terra, nas salas que habitamos", explica o astrônomo do IAG.
"Há um século que nós sabemos da matéria escura, mas até agora não sabemos do que ela é feita. Ainda que o Grupo Local, nosso aglomerado, seja bem diferente de Pandora, ele também é feito matéria escura."
Os cientistas Renato Dupke, do Observatório Nacional, Laerte Sodré Jr. e Eduardo Cypriano, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, ajudaram a revelar como esse objeto conseguiu ficar unido, após uma série de colisões que duram - até hoje - 350 milhões de anos.
Centro do Aglomerado de galáxias Abell 2477 foi formado a partir da colisão de quatro grupos de galáxias menores, como indica o estudo com participação brasileira do ESO. (Foto: ESO)
Aglomerados de galáxias são as maiores estruturas do Universo conhecidas, muito maiores que aglomerados de estrelas. No caso de Pandora, as galáxias presentes representam apenas 5% da massa. O restante é composto por gás (20%) e matéria escura (75%) - completamente "invisível" já que não emite, reflete ou absorve radiação.Para Sodré Jr., uma das importâncias do estudo está na possibilidade de compreender mais sobre a própria vizinhança da Terra a partir do aprendizado com objetos como Abell 2477. "A Via Láctea, a galáxia de Andrômeda e mais umas 30 'satélites' formam o que chamamos de Grupo Local. O que mantém esse nosso aglomerado unido é exatamente a matéria escura."
A teoria da matéria escura é usada pelos astrônomos para explicar o motivo para os aglomerados de galáxias não se "desmancharem" - ou seja, para as galáxias escaparem uma das outras.
Segundo o especialista, é uma evidência estudada desde a década de 1930 para explicar a massa de objetos tão grandes, com milhões de anos-luz de diâmetro - um ano-luz é igual a quase 10 trilhões de quilômetros.
"Compreendê-la vai nos ajudar a entender mais sobre o Grupo Local e a própria Via Láctea, já que a maior parte da matéria em nossa galáxia também é a matéria escura", diz Sodré Jr.
"Batida" cósmica
Uma colisão cósmica entre 4 aglomerados de galáxias menores é a explicação oferecida pela equipe para explicar as formações incomuns encontradas pelos especialistas na região de Pandora. Esse encontro teria durado 350 milhões de anos, segundo os pesquisadores.
As observações foram feitas com informações colhidas por quatro telescópios: o japonês Subaru, o VLT ("Very Large Telescope", ou "Telescópio Muito Grande" , em inglês), do Observatório Europeu do Sul (ESO), o Telescópio Espacial Hubble, das agências norte-americana (Nasa) e europeia (ESA), e o Observatório de Raios X Chandra.
"Como o campo de visão do Hubble é pequeno, nós contamos também com dados de observações anteriores feitas por nós, durante o doutoramento de Eduardo Cypriano, sob minha orientação", explica o professor do IAG.
Esses estudo anteriores foram feitsocom o telescópio VLT, de propriedade europeia, mas localizado no Chile. "As imagens mostram apenas a parte central do aglomerado, pois ele é muito extenso", diz Eduardo Cypriano. "A extensão desse corpo é de 2 megaparsecs (aproximadamente 6,5 milhões de anos-luz), mas as bordas não são muito bem definidas."
Matéria escura vs matéria escura
Para Renato Dupke, autor da proposta de estudo do aglomerado de Pandora ao responsáveis por coordenar o Hubble, o Aglomerado de Pandora oferece a chance de entender melhor não só a essência da matéria escura, mas como os corpos feitos com ela interagem entre si.
"A colisão de aglomerados como esse permite saber onde a matéria escura. Isso ajuda a tentar determinar o que é a matéria escura, que tipo de partícula ela teria", explica o cientista do Observatório Nacional.
"Alguns dos fenômenos observados nesse aglomerado acontecem a mais de 50 milhões de graus, quando os átomos não existem mais na forma que os conhecemos, apenas restam íons e elétron que compõem aquilo conhecido como plasma", diz Dupke. "Existe todo um ramo da física a ser explorado e melhor compreendido a partir daí."
Cypriano resume bem a ideia por trás da sucessão de estudos sobre aquilo que pode representar não só uma fração, como a maior parte do Universo em que vivemos. "Uma das grandes dúvidas que nós temos é sobre o que a matéria escura é. Ela está aqui na Terra, nas salas que habitamos", explica o astrônomo do IAG.
"Há um século que nós sabemos da matéria escura, mas até agora não sabemos do que ela é feita. Ainda que o Grupo Local, nosso aglomerado, seja bem diferente de Pandora, ele também é feito matéria escura."
FONTE:G1
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