quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ator Ítalo Rossi deixou projeto inacabado no teatro

Parceira Ester Jablonsky planeja dar continuidade a espetáculo.
Corpo de Rossi foi enterrado na quarta-feira (3), no Rio de Janeiro.

O ator Ítalo Rossi, que morreu na última terça-feira (2), deixou um projeto inacabado no teatro, a peça "C'est la vie", dirigida por ele. Em entrevista ao G1, a diretora Ester Jablonsky, assistente de Rossi no projeto, revela que planeja dar continuidade à produção mantendo fidelidade às ideias do ator veterano.

"Não há outra opção: é fazer ou fazer. Não tenho dúvidas de que ele queria que o espetáculo continuasse", diz Jablonsky, que trabalhou com Ítalo Rossi por 20 anos e chegou a assinar a biografia do ator, lançada no fim de 2010. "Conheço exatamente as ideias do Ítalo para a direção e serei fiel a elas, é uma forma de mantê-lo vivo", completa.

O corpo de Ítalo Rossi foi enterrado na tarde de quarta-feira (3), no Cemitério Municipal São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio.  Ele tinha 80 anos e faleceu na terça (2), depois de complicações respiratórias.
Peça baseada em histórias reaisEscrita por Marcelo Rubens Paiva, a peça "C'est la vie" é baseada em histórias reais do Disque Denúncia e nasceu de uma ideia de Ítalo Rossi. "Ele imaginava levar ao palco uma coisa diferente, mostrando um universo atual e usando um autor jovem, contemporâneo", conta Jablonsky, que diz que a produção fazia parte das comemorações dos 80 anos do ator e diretor.
Segundo a parceira de Rossi, a data de estreia da peça teatral será mantida, marcada para 15 de outubro, no Festival Internacional de Teatro de Angra, no Sul Fluminense. Em seguida, a atração deve entrar em cartaz na Casa da Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
"Agora precisamos pensar em um amigo que possa assumir a direção, esse posto de honra", conta Ester Jablonsky. O elenco traz a própria Ester, além de Adriano Garib e Clement Viscaíno.
A diretora lembra que Ítalo Rossi se destacava nos bastidores das artes cênicas como um diretor "extremamente doce", "nada autoritário" e com um estilo próprio. "Era um diretor direto e objetivo. Ele não gostava de pesquisa, achava que o ator tinha que chegar e fazer, sem artifícios", conta Jablonsky emocionada. "Ele sempre dizia: 'tem que ser na nuca e seco'", lembra.
Enterro
Muito aplaudido durante o cortejo, Ítalo Rossi recebeu na tarde de quarta-feira (3), no Cemitério Municipal São Francisco Xavier, no Rio, as últimas homenagens de amigos, parentes e colegas de profissão, entre eles a atriz Fernanda Montenegro: "Ele era a alegria do teatro", definiu.
O caixão com o coprpo do ator Ítalo Rossi é seguido por parentes, amigos e artistas no Cemitério Municipal São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio (Foto: Carla Meneghini/G1) 
O caixão com o coprpo do ator Ítalo Rossi é seguido por parentes, amigos e artistas no Cemitério Municipal São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio (Foto: Carla Meneghini/G1)
Mais cedo, mais artistas estiveram no velório do ator, entre eles as atrizes Marília Pêra e Maria Zilda. Emocionada, Marília Pêra disse que se lembrará de Rossi "com graça e humor. Lembro das gargalhadas nos bastidores. Essa é a lembrança que carrego comigo. O ídolo não morreu. Ele deixa essa graça para sempre."
A atriz Marília Pêra participa do velório de Ítalo Rossi nesta quarta-feira (3), no Rio de Janeiro. (Foto: Carla Meneghini/G1) 
A atriz Marília Pêra participou do velório de Ítalo
Rossi nesta quarta-feira (3), no Rio de Janeiro.
(Foto: Carla Meneghini/G1)
Marília lembrou de um episódio em que o ator contracenava com Fernanda Montenegro no teatro e teve que interromper a apresentação depois de um acesso de riso. Ela disse que Rossi se referia a ela como "filhinha".
Fernanda Montenegro e Miguel Falabella no velório de Ítalo Rossi (Foto: Carla Meneghini/G1) 
Fernanda Montenegro e Miguel Falabella no velório
de Ítalo Rossi (Foto: Carla Meneghini/G1)
O ator Antonio Pitanga também compareceu ao velório de Ítalo Rossi. "Ele era muito criativo, um ser humano por inteiro, com sensibilidade aflorada", lembrou Pitanga, que contou que conheceu Rossi no fim dos anos 1960, quando trabalharam juntos no teatro. "Ítalo é um exemplo para todos nós; muito do que conquistamos como artistas no teatro e na televisão se deve a ele. A matéria se vai, mas o pensamento fica para todo sempre", disse emocionado.

Diogo Vilela, que contracenou com Ítalo Rossi durante cerca de três anos no humorístico "Toma lá, dá cá", contou como era trabalhar com o ator veterano: "O assunto paralelo à gravação era tão interessante que a gente até esquecia do trabalho e ficava conversando". Vilela ainda afirmou que Rossi sempre foi "uma grande inspiração" e o descreveu como "um grande ator e uma pessoa maravilhosa". "Temos que celebrá-lo", completou.
O ator Diogo Vilela, cumprimenta familiares de Rossi no velório (Foto: Carla Meneghini/G1) 
O ator Diogo Vilela, cumprimenta familiares de
Rossi no velório (Foto: Carla Meneghini/G1)
Chorando muito, o ator Miguel Falabella também prestou homenagens ao amigo morto, para quem contou ter escrito especialmente o papel de Seu Ladir. "Tive a honra de trabalhar com Ítalo, escrevi Seu Ladir para ele. Para interpretar esse papel, só mesmo um ator da grandeza dele, que conquistou o Brasil com uma única frase", disse Falabella, referindo-se ao bordão "É mara!". "Era um grande amigo: alegre, maravilhoso, generoso, da velha guarda no bom sentido. É uma grande perda", concluiu.
Emocionado, o ator Sergio Britto foi breve: "Eu o amava. O quê mais posso dizer?", indagou Britto, que também é diretor e roteirista de teatro, cinema e TV.
Vida dedicada à atuação
Ítalo Balbo di Fratti Coppola Rossi nasceu em Botucatu, interior de São Paulo, em 19 de janeiro de 1931, em uma família italiana habituada aos concertos. Com mais de 400 montagens e mais de 50 anos de carreira, era considerado um dos atores mais importantes do Brasil.
O ator Ítalo Rossi  (Foto: Reprodução) 
O ator Ítalo Rossi (Foto: Reprodução)
Estreou no Teatro Brasileiro de Comédias (TBC) e teve uma longa carreira nos palcos, onde atuou até os últimos anos de vida. Foi um dos fundadores do Teatro dos Sete, ao lado de Fernanda Montenegro, Sergio Britto e Fernando Torres. Nos anos 1980, ganhou três prêmios Molière, o mais importante das artes cênicas no Brasil.
 Na televisão, Ítalo Rossi iniciou a carreira em 1963, na extinta TV Rio, e participou de dezenas de novelas, séries e especiais na TV Globo, incluindo "Escrava Isaura" (1976) e "Que rei sou eu?" (1989).
Entre seus papéis mais marcantes estão o mordomo Alfred, de "Senhora do destino" (2004), e o advogado Fernando Medeiros, de "Belíssima" (2006). Seu último trabalho na televisão foi o personagem Seu Ladir, do humorístico "Toma lá, dá cá", dono do bordão "É mara, maravilhoso!".
Rossi também brilhou no cinema, tendo participado de cerca de 20 longas-metragens, incluindo "Uma vida para dois" (1953), "O pão que o diabo amassou" (1957), "A derrota" (1967), "Cara a cara" (1967), "Doida Demais" (1989) e o recente "Sexo com amor?" (2008).
No fim de 2010, o ator foi homenageado com o livro "Fotobiografia de Ítalo Rossi", que retrata sua trajetória nos palcos e nas telas.
FONTE:G1

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