Sob os olhos do mundo, Kate e William viram marido e mulher
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Kate Middleton e o príncipe William trocaram votos nesta sexta-feira na abadia de Westminster, em Londres, convertendo-se marido e mulher.
Cerca de 1,9 mil convidados compareceram à cerimônia, enquanto as estimativas são de que as imagens da união seja vista por 2 bilhões de pessoas em todo o mundo.
Multidões se aglomeraram no centro de Londres para assistir ao casamento. Estima-se que entre 3 mil e 5 mil pessoas tenham acampado durante a noite ao redor da abadia.
Outros milhares dormiram acampados ao longo da rota do casal, entre a igreja e o Palácio de Buckingham.
Kate Middleton chegou à abadia usando um vestido longo e branco, de mangas rendadas, deixando entrever os ombros.
Sob o véu de 2,70 metros, Kate usava uma tiara de diamantes - emprestada pela própria rainha - e dois delicados brincos de brilhantes.
A peça foi desenhada por Sarah Burton, diretora de criação da grife fundada por Alexander McQueen, um ícone da moda britânica falecido no ano passado.
O próprio estilista foi uma figura 'emergente' na sociedade britânica, criado em um bairro modesto no leste de Londres.
Na peça da sua grife, a filha de Carole e Michael Middleton foi alçada a Duquesa de Cambridge.
O título passou a ser dela depois que o príncipe recebeu da rainha Elizabeth 2ª o título de duque de Cambridge, nesta sexta.
O príncipe também se tornou conde de Strathearn e Barão Carrickfergus, transformando Kate em Condessa de Strathearn e Baronessa Carrickfergus.
Renovação
Para analistas, mais que uma simples união, o casamento real representa uma esperança de renovação da monarquia britânica.
Especialistas na história da realeza do Reino Unido afirmam que membros da monarquia, da aristocracia e do universo político britânico acreditam que a união de Kate e William sobreviverá e será longa e feliz, ao contrário de muitas uniões recentes da família real do país.
Segundo o repórter da BBC especializado em monarquia Peter Hunt, a realeza 'sobrevive ao ser notada e murcharia se fosse ignorada'.
Por isso, afirma ele, casamentos são importantes para a família real, porque 'revigoram instituições centenárias', renovam o interesse do público em suas atividades e prometem a chegada de uma nova geração - que perpetuaria a dinastia de Windsor.
Apesar de enormes mudanças na atitude da realeza desde que a rainha Elizabeth 2ª foi coroada - em 1952 - , pesquisas de opinião revelam que a maioria da população ainda é favorável ao status quo britânico. Na semana passada, o jornal The Guardian publicou consulta revelando que 66% do público acredita que a realeza é relevante para a vida do Reino Unido.
Futuro
De acordo com especialistas ainda há dúvidas, entretanto, sobre como será a 'era William e Kate'.
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Há perguntas sem resposta, como qual será o futuro papel de Kate na família real? Ou como o casal lidará com a demanda cada vez maior por visibilidade, à medida que a rainha - já octogenária - inevitavelmente for reduzindo suas atividades públicas? E quais são os riscos de um casal jovem ofuscar o homem que será o futuro rei, o príncipe Charles?
As respostas surgirão nos próximos meses e anos. Sabe-se de imediato que William tem um destino a cumprir, como piloto da Força Aérea Britânica e segundo na linha de sucessão do trono britânico. Seu destino é, um dia, ser rei.
Já Kate terá que conquistar seu papel como membro sênior da realeza, e achar algumas causas de caridade para representar.
Acredita-se que William - que se ressente da perseguição dos paparazzi à sua mãe, a princesa Diana - tente obter um acordo para aplacar o sempre voraz apetite da imprensa britânica, e assim conseguir viver sua vida de casado com relativa privacidade.
Alguns especialistas acreditam que a opção do casal pela discrição já tenha sido demonstrada no planejamento do casamento - que será repleto de pompa e circunstância, mas não muito extravagante.
Sabe-se que a crise econômica vivida pelo Reino Unido não permitiria um casamento extremamente luxuoso.
Mas analistas insistem em afirmar que a escolha da Abadia de Wesminster - em vez da Catedral de Saint Paul, onde Charles e Diana se casaram - e por um coquetel seguido de jantar no palácio de Buckingham após a cerimônia religiosa, se deve também ao fato de que William e Kate querem ser a cara de uma monarquia mais simples, contemporânea e mais 'pé no chão'.
Visitantes
Muitos acreditam que o casamento dê um impulso à economia britânica, que passa por uma das mais graves crises de sua história - com turismo, vendas e comunicação entre os setores que seriam mais beneficiados.
Analistas de varejo estimam que cerca de 707 milhões de euros (cerca de R$ 1,6 bi) sejam gastos na Grã-Bretanha como resultado do casamento. Segundo projeções, donos de restaurantes e hotéis podem esperar dois anos de aumento nas cifras do turismo, com o casamento em 2011 seguido pelas Olimpíadas, em 2012.
Empresas de mídia também podem esperar números de audiência excepcionais. Alguns economistas acreditam que o evento possa até mesmo estimular a confiança dos consumidores, levando pessoas a gastar mais.
'Eventos extemporâneos podem aumentar a sensação de bem-estar econômico, além de outras sensações de bem-estar', diz o professor Stephen Lea, da Universidade de Exeter, especializado em psicologia econômica.
A agência de promoção do turismo na Grã-Bretanha, VisitBritain, estima que 600 mil pessoas a mais que o normal tenham vindo para a capital na sexta-feira.
As autoridades ferroviárias estimaram que cerca de 400 mil pessoas usem esse meio de transporte para se deslocar para o centro de Londres, 15% a mais que em outro feriado normal.
Mas alguns são mais cautelosos, afirmando que os gastos serão tanto modestos quanto temporários.
Segundo eles, o casamento real não deve mudar o rumo da economia britânica, que encolheu 0,5% no trimestre final de 2010. Além disso, afirmam, qualquer benefício vindo do evento pode ser ofuscado pela perda de produtividade durante o feriado decretado no dia do casamento pelo premiê David Cameron.
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